1.04.2012

Insanely demented


Eu estava sentado na minha cama, olhando as paredes do meu quarto que reflectiam os anos em que eu vivi entre elas, dando a conhecer nostalgicamente os mais relevantes episódios que como as folhas do Outono, se perdem na minha mente, aguardando que o vento as varra para bem longe de mim. Quando coloquei minha mão esquerda sobre minha cabeça; Foi nesse momento em que eu vi que eu estava a perder pedaços da minha cabeça. Como um puzzle para amadores, a desmontar-se aos poucos.
Mergulhei a mente contra os meus dedos, e segurando firmemente os fios de cabelo fino e escuro, encontrei o que parecia ser parte de uma charada apagada; de uma incógnita destruída.
Os meus ouvidos tremeram com o som do relógio. Os meus olhos arregalaram-se bruscamente e a minha boca abriu-se num grito de desespero mudo que ninguém compreendeu.
Perdi-me no labirinto sem saída, onde o céu parece ser branco e espesso, sem vida. Respirei fundo umas três vezes, que para mim pareceu fogo venenoso sobre os pulmões fraquejados. Decapitei-me sobre os meus olhos cegos, que tudo vêm mas tudo ignoram. O roliço do sangue palpitante contra a pele acordou-me a dor sequiosa que havia esquecido. Esse zig-zag de ideias mortais que me embala nos seus braços, enquanto o mar se evapora e os meus dedos se desfazem.
Pequenos anjos vestidos de negro cantam em minha volta, as mais cruéis e doces verdades que pode haver para descobrir numa tão louca e comum vida com poucos salpicos de cor de rosa. Declaro guerra ao cinzento, que ainda aqui está, calmo e forte como sempre esteve ao longo dos últimos tempos em que a chuva não apareceu à janela para me acordar do transe em que me encontro completamente perdido, em busca de respostas que não quero e de oportunidades que desperdiço. 
Seguro a faca contra mim. O cinzento parece seguro que venceu a guerra, e é nessas réstias de luz tão artificial que me confronto se as respostas todas não estariam a nada mais que poucos centímetros entre a pele e a lamina brilhante que reflecte a minha expressão pouco sóbria e profundamente aterrada. 

1 comentário:

  1. Enquanto houve mentes brilhantes como a sua a qual posta coisas maravilhosas haverá sempre um balde de gelo no qual poderá com poucas ou muitas palavras expor seja lá como for aquilo que sua linha da imaginação possa ela crias sempre estará parte daquilo que és daquilo que nos revela numa simples imagem assim como ti na sua mais pura simplicidade de mulher que és no intimo que fora criada posta sempre algo referenciando a fragelidade a força e as virtudes da mulher naquilo que és mulher.

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