Deu-se o nó na
garganta depois de o ver, a ele. Tão doce e frágil, desfeito em lágrimas. Os
olhos castanhos dissolvidos na textura espessa das lágrimas que escorriam a fio,
queixo abaixo, abrindo feridas no seu rosto tão imperfeito e tão humano. Doí-a
só de o ver, preso no reflexo do espelho e em toda aquela melancolia de quem
tinha acreditado que começar uma nova vida cheia de coisas boas era algo além
de possível, bastante fácil. A desilusão batera-lhe à porta mais uma vez.
As mãos trémulas, cuidara-as o tempo que as
limpa das marcas de quem lutou pela sua liberdade, e mesmo assim perdeu a vida
na guerra, metaforicamente dito. Não há espaço
para mais trofeus miseráveis no armário. A vida enche-se de vitórias sem
sentido que não servem para nada e no fundo, o vazio habita sempre no fundo da
rua, à espera do momento certo para invadir o meu interior e levar o que resta
dum pouco cativante dia-a-dia chato e pacato, onde o cinzento se alastra no céu
cobrindo num manto as cores e as luzes que se apagam quando passo, para não
ver, o quão bonita é, aos olhos dos outros, as meras coisas vulgares e
desinteressantes que me sufocam quando a vontade de correr sem parar, para onde
as pernas me conseguirem levar atrás do vento e dos pássaros, se senta à mesa,
batendo levemente as unhas no tampo de madeira, impaciente.
Liberdade, eu
queria tê-la. O diamante rosa que todos queriam mas só os valentes conquistam,
quando escolhem deixar para trás o estupido armário de coisas inúteis e sem
olhar para trás, galopam velozmente em direção ao sol, em busca de mais luz nas
suas vidas e quem sabe, de dias mais bonitos, onde a desconhecida felicidade rompe
os cantos da boca geralmente serrada, numa linha arqueada para baixo, molestada
de sorrisos e gargalhas que aos meus ouvidos, soam como pássaros a chilrear no
auge da Primavera que chega, de malas feitas para ficar quando um reflexo
triste se perde no espelho e se apaga na mente que um dia desejou voar nas
brisas de Março.
Ter liberdade é saber libertar-se do seu próprio corpo e não de um certo lugar. É viajar com a mente e mais tarde com o corpo. Para se ser livre, primeiro liberta-se a mente e depois o corpo.
ResponderEliminarUm ótimo texto... como todos os outros. (:
Concordo :3
EliminarObrigado pela visita, comentário e claro os elogios.
muito bom...como sempre :D
ResponderEliminarOlá, estou retribuindo a visita, e quero dizer que me senti muito bem por aqui. Seguindo, um abraço!
ResponderEliminarOlá. Obrigado e seja bem-vinda ^^
EliminarAdoro o teu blog :)
ResponderEliminarSigo*
Obrigado, sê Bem-vinda! :)
EliminarOi! Seu blog é muito interessante. Já estou te seguindo de volta. Seu texto tá muito lindo e as emoções que tu passas nele são inexplicáveis. Abraços!
ResponderEliminarObrigado :)
EliminarObrigada pela visita la no blog,o seu também é muito lindo, pode deixa, já estou te seguindo.
ResponderEliminarAté Logo.
coisasdejuheluly.blogspot.com
Sê Bem-vinda.
EliminarÉ isso, caminhar velozmente em direção ao sol
ResponderEliminarPlanar como ave liberta,
Olhar tudo do alto enquanto plana
E amar o amor e toda a espécie de amor
E se dar sem se apegar...
Belo texto.
Maria Luísa
p.s.escrevo poesia no, http://os7degraus.blogspot.com
Obrigado, irei já passar por lá e dar uma olhada no seu trabalho :)
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