12.05.2011

Prisoner in City


Procuro os caminhos para casa, entre as ruas molhadas pela chuva. Parece que a escuridão me acompanha, entre as poucas estrelas apagadas que resistem a ficar para presenciar o final da história.
Conforto-me e respiro o quente do fumo das chaminés que me recordam o passado; doce passado.
Qualquer lembrança boa, além das tão cruas e reais que me imprimem marcas de tristeza no rosto pouco bonito. Ao vento dou pouco mais que suspiros abafados, que este rodopia rua fora e leva, para bem longe, quem sabe ao encontro de um outro alguém como eu, perdido num qualquer canto do mundo, desejando somente um pouco de felicidade oriunda.
Troco olhares com as poças de água da chuva onde se reflecte a minha imagem enquanto tento por nela o meu todo; preenche-la com a minha vida. Talvez sobre espaço, talvez não caiba tudo.
Possivelmente vejo mais do que queria ver, e menos do que pretendia.
Sinto-me agoniado, como se dentro do cubículo onde vivo, faltasse espaço.
Cansei-me de percorrer com a vista, as coisas que mil vezes vi… Nenhum novo rosto, nenhum novo sítio.
Como se vivesse dentro de um globo de neve empoeirado, onde tudo é estático e imóvel até que alguém se lembre de dar um grande abanão. 

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