A tristeza das gargalhadas surdas que encostava à parede, o terrível som que corroía a sua língua como um veneno com lamentos desnecessários. Tristeza de não se querer ouvir, todas as palavras que se infiltravam na sua boca e se escondiam nas cavidades dos seus dentes. Tristeza de ter na mão a fotografia da sua alma em dias felizes num futuro previsível, em que o sol brilhava sobre o rio de águas escuras, onde tantos beijos e abraços havia trocado como presentes, que agora se derramavam em água, como bonitas esculturas de anjos em gelo que após momentos de beleza, começavam a descongelar.
Palavras perdidas algures dentro de si, lembranças de um presente oferecido um ao outro, mascarado de eternidade, que tudo era menos a beleza conservada que aparentava ser.
Só lhe restava afogar as mágoas na água escura do rio, para que os peixes mordessem as suas memórias e levassem para bem fundo as suas lembranças que tanto lhe magoavam o peito e a mente e lhe inundavam os olhos de lágrimas, sempre que os sorrisos felizes do passado e as palavras meigas lhe vinham, como fantasmas, relembrar o seu primeiro grande amor e a sua primeira grande desilusão.
Gostei tanto deste texto. Com uma boa construção de frases, palavras delicadas e sentimentais, uma exploração de vocabulário vasto bom e detalhado.
ResponderEliminarComeço a gostar mais dos teus textos, melhoraste bastante.
Beijos da sua pequena rockeira.
Oh, e já tens 5 seguidores *-*
ResponderEliminarAi, gostei tanto :D Adorei a tua forma de escrever, o vocabulário que usaste e o tema do texto propriamente dito. Fizeste com que eu vivesse o que tu querias que eu sentisse ao ler isto, e isso não é qualquer pessoa que consegue. (:
ResponderEliminarP.S.- Finalmente alguém que entenda a minha "panca" pelo tempo e pelos relógios, alguém que a saiba usar no nome do blogue. :b