8.20.2011

Beautiful disaster


Apertou-se no peito aquele nó novamente, como se um corpete amassa-se a sua própria carne contra as costelas, rasgando os seus músculos bruscamente e violentamente contra o osso.
Novamente os fantasmas dos dias felizes haviam corrido novamente, com os pássaros, no campo de trigo, enquanto as cigarras cantavam desafinadamente sobre o sol quente de Agosto.
Um estranho desejo de reviver aquilo, havia renascido dentro de si, e corroído o seu corpo como um acido maligno que se infiltrara.
Inundaram-se os olhos, secou-se a boca.
Ela queria-o novamente, queria-o consigo a rir e a correr sobre as espigas douradas. Queria-o mais uma vez ao seu lado para que tudo fosse novamente um dia de sol quente e brilhante onde não existiriam vestígios de nuvens cinzentas e dias chuvosos como os de agora, que lavavam o seu rosto com salpicos.
E eram esses vultos felizes, desfeitos em trapos velhos e sujos, sem interesse, que lhe asfixiavam o peito, e lhe perfuravam a alma com espadas arrancando de si sentimentos adormecidos que tentava esconder nas profundezas do seu esquecimento que por mais voltas que desse, e por mais que tentasse jamais se conseguia separar de tais doces memórias que lhe ilustravam os olhos desfocados pela chuva.

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