Ingenuidade
parece ser a minha cor predilecta e a mais abundante na minha vida entre as
manchas cinzentas das lágrimas de Fevereiro que o vento levou, para o mesmo sítio que as tantas coisas boas que perdi.
Mistérios que
se dividem e se espalham entre os rebentos da primavera, quando os meus olhos
ignoram os mais belos pormenores da vida que podiam fazer a mais humilde e
simples pessoa feliz, e a mim, nada me trazem além de uma agonia de solidão
profunda. Ingrato, talvez, mas somente se valoriza uma coisa quando se perde, e
assim aconteceu à minha paz interior e felicidade ligeira, que me fazia correr
e sorrir livremente como as andorinhas de Maio nos telhados, sem pensar e me
preocupar com nada.
Hoje, não é
mais assim. Um universo de coisas estranhas que de todo percebo, estende-se a
mim como as ondas do mar que me devoram, engolindo-me nos seus dilemas que
tanto tento fugir. A vida corre a meu lado na cidade vazia. O mundo toma-me
seu, uma peça de tabuleiro, para um jogo, onde cada um espera alagar o outro
para poder ganhar, no final de contas a mesma coisa; um vazio, porque as
andorinhas nunca estão para sempre, em cima do mesmo telhado.
Cansaço; Cansaço que me persegue, quando procuro um pouco de paz e sossego, na noite gélida que sopra o vento contra a janela. Sinto-me farto. Completamente farto desse castigo, de ser masoquista e acreditar facilmente que o amor pode chegar a qualquer momento e mudar tudo, quando ele somente virá esfaquear o primeiro que se render ao seu encanto e colocar por momentos a dor de lado.
a realidade com que escreves é impressionante! continua assim,que vais lonje.
ResponderEliminarObrigado! Com certeza irei continuar enquanto houver quem leia o que escrevo :)
EliminarMerecedor de um nobel da literatura, haha. :)
ResponderEliminarQue exagero!
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