10.09.2011

Two torn pages


As coisas mudaram. Novamente encontro a minha vida a dar cambalhotas na grama orvalhada da manhã fresca de Outubro. Parece que, como num dejavú, as coisas sempre se tornam iguais e têm obrigatoriamente, o mesmo final triste que tanto me magoa.
Sinto os olhos humedecidos, e aquela tão vulgar sensação de querer ouvir músicas tristes, e ficar no meu canto enrolado com a cabeça pousada nos joelhos, à espera que tudo passe. À espera que a tempestade se afaste e de novo os raios de luz trespassem as espessas nuvens cinzentas.
Quando tudo parece que vai ficar bem, sempre acaba por estalar o verniz e tudo desmorona na minha vida, como se o apocalipse atingisse o meu fraco e ingénuo coração.
Abafo-me nos cobertores quentes. Procuro conforto de quem não me dá.
Sinto o sal escorrer pelos olhos, enquanto leio, vezes sem conta, coisas bonitas que escrevi e decorei. Borro o carvão sobre o papel.
Dissolvo na tristeza os planos de uma vida perfeita. Apago o que restava dum coração sonhador com esperanças no amor porque agora eu sei que, venha quem vier, o final sempre será o mesmo, com mais ou menos, lágrimas escorridas no rosto e noites mal dormidas.

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