Sinto falta dos seus braços enrolados no meu corpo, como uma cobra, e dos seus lábios macios no meu pescoço. Sinto falta da sua voz, que em ilusões me surge na cabeça, chamando o meu nome docemente.
Eu quem escolhi amá-lo, eu quem escolhi beijá-lo e fui eu quem escolhi vê-lo partir, na esperança de o ver regressar um dia desses, com o mesmo sorriso com que o vi desaparecer dentro do carro, pela longa avenida de alcatrão junto à beira-mar.
Por isso, deito-me na cama que fiz para mim mesmo com as minhas escolhas sóbrias, e declaro-me condenado por fraquejar no amor, mais que uma vez inclusive, pois a minha inocência ficou à muito perdida no tempo. Bons tempos que eu era a crianças inocente de cabelo preto e olhos brilhantes, um tanto rechonchudo mas muito meigo e simpático, que passava tardes entretido a brincar, quando na sua cabeça jamais passaria vir um dia a ser um adolescente, quase adulto, que passaria as suas tardes a suspirar por amor e a rabiscar romances que desejava ter vivido fora dos sonhos….
E agora aqui estou, com o sol a trespassar o vidro da janela, sentido o seu calor e a sua alegria, sentado em frente do computador, enquanto tento matar a ânsia que me corrói o corpo enquanto espero uma mera e rápida chamada, em que possa ouvir a sua voz ecoar dentro do meu ouvido e acreditar que realmente ele existe e ainda me ama, a não sei quantos quilómetros de mim.
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