8.05.2011

waiting for a sign of love


O sol quente liberta contra as janelas de vidro fraco, raios de sol, espelhando no ecrã do computador onde numa página Word rabiscada, quase branca, liberto palavras soltas sublinhadas de ondinhas vermelhas. Não que seja um erro ortográfico, mas sim é um erro, e o Word sabe disso. É um erro escrever neste momento que sinto a falta dele. Sinto falta do seu olhar quente, da sua pele salgada e do seu cheiro a mar.
Sinto falta dos seus braços enrolados no meu corpo, como uma cobra, e dos seus lábios macios no meu pescoço. Sinto falta da sua voz, que em ilusões me surge na cabeça, chamando o meu nome docemente.
Eu quem escolhi amá-lo, eu quem escolhi beijá-lo e fui eu quem escolhi vê-lo partir, na esperança de o ver regressar um dia desses, com o mesmo sorriso com que o vi desaparecer dentro do carro, pela longa avenida de alcatrão junto à beira-mar.
Por isso, deito-me na cama que fiz para mim mesmo com as minhas escolhas sóbrias, e declaro-me condenado por fraquejar no amor, mais que uma vez inclusive, pois a minha inocência ficou à muito perdida no tempo. Bons tempos que eu era a crianças inocente de cabelo preto e olhos brilhantes, um tanto rechonchudo mas muito meigo e simpático, que passava tardes entretido a brincar, quando na sua cabeça jamais passaria vir um dia a ser um adolescente, quase adulto, que passaria as suas tardes a suspirar por amor e a rabiscar romances que desejava ter vivido fora dos sonhos….
E agora aqui estou, com o sol a trespassar o vidro da janela, sentido o seu calor e a sua alegria, sentado em frente do computador, enquanto tento matar a ânsia que me corrói o corpo enquanto espero uma mera e rápida chamada, em que possa ouvir a sua voz ecoar dentro do meu ouvido e acreditar que realmente ele existe e ainda me ama, a não sei quantos quilómetros de mim.

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